Entre os dias 02 de fevereiro e 05 de março ocorrerá a V edição do Sarau Não Cale a Arte: Extremo-sul em movimento, no município de Teixeira de Freitas.
O Sarau Não Cale a Arte é um projeto cultural desenvolvido por Katiane Martins e Josiane Santos desde o ano de 2017. No primeiro ano, aconteceu no mundo acadêmico, já que Katiane e Josiane foram estudantes de Letras, na época. A ideia era e continua se firmando em propiciar encontros com debates sociais e culturais, difundindo os trabalhos dos artistas locais.
“A arte existe porque a vida não basta!” (Ferreira Gullar).
A arte aproxima uma variedade de exteriorização artística, é também a forma do ser humano e se expressar por uma causa, resultando com isso em uma poderosa ferramenta de diálogo. Artistas manifestam seus sentimentos por meio de algum movimento e gesto, seja por meio de dança, música, teatro, arte visual ou manifestação própria, onde seu talento pessoal é uma forma de arte exclusiva.
“Além disso, ela é mais uma ferramenta utilizada para que uma sociedade revele suas percepções sobre o momento histórico que atravessa, sendo um importante campo de estudo para que se compreenda como nossos antepassados viviam e se relacionavam”. (Lara Aidar).[1]
Dinâmico e sempre em evolução, a própria história mostra o progresso, desde a Arte pré-histórica partindo 30 mil a.C. até 4 mil a.C. e aproximando ao nosso tempo, até a Arte Contemporânea, iniciado em meados do século XX até nossos dias atuais.
As manifestações atuais têm sempre a vida cotidiana como personagem central e, hoje, unindo com a tecnologia, a arte acaba crescendo em suas diversidades de linguagens. Trazendo os princípios da arte para o Sarau “Não Cale Sua Arte”.
Katiane Martins, uma apaixonada e incentivadora por todo tipo de demonstrações culturais, sonha, ao menos na sua região, que a arte, em todos seus gêneros, seja mais valorizada e jamais esquecida. Para entender melhor como funcionará a V edição em um ano viral, de isolamento, a equipe Business Comunicação conversou com uma das idealizadoras do projeto. O segredo é adaptar ao ano delicado e não calar a arte em Teixeira de Freitas.
Entrevista
BC: Kati, conta o que levou você lançar “Não Cale a Arte”?
KM: O Não Cale a Arte nasce no final de um componente durante o curso de letras de língua portuguesa na UNEB, Campus X, em Teixeira de Freitas, deu tão certo que ultrapassou os muros da universidade e foi para as ruas. O desejo que moveu todas as edições foi o mesmo, movimentar a arte na nossa região, reunindo os artistas do extremo sul e permitindo o diálogo de outras proposições da arte em um Sarau. Tem uma frase do Ferreira Gullar: “A arte existe porque a vida não basta”, esse pensamento resume o que nos moveu até aqui e também o que nos faz nos movermos, para fazermos com que os outros também se movam.
BC: Quais foram os objetivos iniciais?
KM: O objetivo inicial foi criar um projeto que pudesse ser horizontal, que não se prendesse a um molde, mas que se transformasse enquanto sarau.
BC: Quem foram os apoiadores ou que acreditaram no primeiro sarau?
KM: Os nossos agradecimentos sinceros dedicamos ao professor Dr. Valci Vieira da UNEB, Campus X, em Teixeira de Freitas, que apoiou o primeiro sarau e dessa maneira, fundamental para continuarmos. Também agradecemos à professora Dr. Ivana Gund, também da UNEB, que nos convidou para organizarmos um Sarau na universidade como proposta de encerramento do Seminário de Literatura e Ensino: Caminhos da literatura: a cidade, o ser e o sensível, em 2018, intitulado: Manifeste-se. Durante a nossa caminhada, muitos chegaram e cada um à sua maneira nos ajudou a fortalecer o Não Cale a Arte. Também agradecemos a todos os artistas que participaram em cada uma das edições.
BC: Como foi o primeiro Sarau, atingiu o esperado?
KM: Foi lindo (risos). Ele aconteceu como os outros saraus normalmente acontecem. Com recitações de poemas e música. Mas, o dia 14 de dezembro de 2017 nos presenteou com uma forte chuva, e todo esse clima se metamorfoseou em uma atmosfera acolhedora e revigorante. Naquele momento, nós as organizadoras, Josiane e Katiane, percebemos que aquele espaço, em que a poesia é a protagonista, era/é a nossa possibilidade de movimentar a cena cultural do extremo sul.
BC: Esse ano você conseguiu apoio financeiro da Funceb, o que isso muda e melhora no projeto?
KM: Apesar de o último sarau em dezembro de 2019 ter sido um sucesso, em 2020, com a pandemia estávamos bem desanimadas. A oportunidade de realizar um sarau com apoio financeiro esse ano possibilitou a realização de objetivos e expectativas construídas desde o primeiro sarau. A nossa perspectiva mudou com a premiação. Queremos fortalecer o Não Cale a Arte enquanto produtora cultural na região. Para isso, investimos em alguns equipamentos, estamos planejando criar um site e estamos nos capacitando em manejar de maneira mais ativa as redes sociais. Ademais, possuímos alguns desejos de parceria para podermos realizar uma exposição com as obras produzidas, e quem sabe um documentário (risos). Percebemos que precisamos de mais mãos e de apoio, assim, nesta edição, além das curadoras, Josiane e Katiane, organizadoras de todas as edições anteriores, convidamos o Victor Silva, artista local, conhecido como O Tocador Silva para integrar a nossa equipe.
BC: Do primeiro para o IV Sarau o que você notou na vida artística na cidade e região.
KM: Percebemos uma evolução, um amadurecimento dos artistas, e um estreitamento de laços entre as variadas vertentes. Projetos muito lindos surgiram. Infelizmente, a pandemia deu uma desanimada na galera. Com isso, juntar essa galera nessa edição tem a intenção de movimentar de fato este cenário. De movimentar os nossos desejos, expectativas, a arte, projetos etc.
BC: A arte é um “bem intelectual” de todos, como organizadora de um evento que cresce em tamanho e poesia, como você vê a arte chegar a população e comunidade na cidade.
KM: Com dificuldade. Porque apesar de termos movimentos sólidos e interessantes e artistas talentosos, não atingimos a todos. Falta apoio financeiro e incentivo. Espaços planejados para receber público e artistas.
BC: Um dos objetivos do Sarau é mapear os artistas que se posicionam enquanto artistas na comunidade. Quais gêneros artísticos são permitidos?
KM: Artes plásticas, música, fotografia, poema, rap, performances, dança etc.
BC: O Sarau é anual? Como são os encontros de vocês no decorrer do ano?
KM: Até então realizamos anualmente. Apesar de participarmos de outros saraus da cidade no decorrer do ano.
BC: A pandemia transformou a vida de muita gente, na vida profissional, pessoal e artística foi uma categoria muito prejudicada, como será o encontrão de vocês em 2021? (Explique os horários, ordem de apresentação, agenda completa, não importa o tamanho).
KM: Tudo on-line. A partir do dia 02 de Fevereiro, todo dia é palco de um artista da região. Quem nos segue no Instagram, @nãocaleaarte, conhecerá um pouco do trabalho desse artista e poderá segui-lo também nas redes sociais. Tá ficando tudo muito lindo, muita gente talentosa.
ELAS
Katiane Martins é professora, poeta, capoeirista, apaixonada por literatura e outras artes e curadora do Sarau Não Cale a Arte. Desde 2017, ela vem organizando diferentes edições do Sarau com Josiane Santos e outros artistas. Katiane acredita que o Sarau Não Cale a Arte pode crescer cada vez mais, promovendo espaços sólidos para que os artistas da região tenham oportunidade de apresentar os seus trabalhos.
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Josiane Santos é professora, poeta e pesquisadora de literatura contemporânea. Acredita na palavra poética como ferramenta de mudança social. Juntamente com Katiane Martins, ela organiza as edições do Sarau com o interesse de ampliar o conceito de sarau na comunidade, para contribuir com a difusão dos artistas da região do extremo sul.
O SARAU
O evento ocorrerá no dia 02/02/21 até o dia 05/03/21.
Local: redes sociais @naocaleaarte e página no Facebook Sarau Não Cale a Arte.
Todos, Teixeirenses, da região e pessoas apaixonadas pela arte estão convidados.
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* Por Patrícia Brito – cadeira 22 da Academia Teixeirense de Letras – cadeira 44 da Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores – apaixonada por conteúdo e mundo cultural, atuante em biografias, relatos, memórias e pesquisas literárias, sem deixar, é claro, a simplicidade de ser apenas uma escritora que ama estudar livros, ama conhecer histórias inspiradoras e mais ainda, ama dialogar sobre a vida. www.patriciabritto.com
REF:
[1] Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2007 e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design, localizada em São Paulo, em 2010. Site Cultura Genial – https://www.culturagenial.com/historia-da-arte-guia-cronologico/ .
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